Pilotos da Truck correm com cadeira de rodas em Cascavel

Acostumados a andar sobre seis rodas e a acelerar os caminhões com os pés, vários pilotos da Fórmula Truck terão uma experiência diferente no Autódromo de Cascavel, domingo, dia 8 de novembro, data da nona e penúltima rodada da temporada. Eles farão uma corridinha curta só que pilotando cadeiras de rodas e a velocidade vai depender da força de mãos e braços. É a mais popular categoria do automobilismo da América do Sul usando seu esporte para praticar a inclusão social. A ideia surgiu depois que ficou acertada uma corrida na pista da cidade do Oeste paranaense, entre cadeirantes de várias categorias, que acontecerá um pouco antes da prova que já tem, confirmados, 14 pilotos da Truck. Estão garantidos Rogério Castro, Paulo Salustiano, Diogo Pachenki, Alex Fabiano, André Marques, Beto Monteiro, Luiz Lopes, Débora Rodrigues, Leandro Totti, Djalma Fogaça, Felipe Giaffone, David Muffato, Régis Boessio e Jaidson Zini.

A corrida entre os pilotos será logo após o warm up, por volta das 9h30, num trajeto bem inferior ao dos cadeirantes, que percorrerão a pista inteira de Cascavel, que tem 3.058 metros. Os cadeirantes serão divididos em três categorias. A primeira terá aqueles com cadeiras especialmente preparadas para corridas e já tem 13 inscritos, com participantes de Curitiba e de Foz do Iguaçu. A segunda terá as cadeiras de rodas de uso normal, com 11 corredores já assegurados. A terceira contará com tetraplégicos e pessoas de pouca mobilidade, que terão a ajuda de pai, mãe ou cuidador para empurrar a cadeira. Nesta categoria seis já se inscreveram. Todos os participantes receberão medalhas e os cinco primeiros de cada categoria, ganharão trofeus.

CadeirantesA organização da corrida dos cadeirantes é do Grupo Sem Limite, presidido pelo também cadeirante Gilson de Souza Daniel, que fundou a ONG (Organização Não Governamental).

“Nosso principal objetivo é acabar com o preconceito e com o desânimo, que ainda imperam na nossa sociedade. Com a força e o alcance que a Fórmula Truck possui, no Brasil e fora dele, acreditamos que atingiremos mais de 100 mil famílias de pessoas com dificuldade até para sair de casa. Quando começamos este trabalho tinha cerca de 150 pessoas que nem de suas casas saíam e hoje se locomovem, jogam basquete, handebol, fazem natação, enfim uma série de atividades“, finaliza Gilson, que, além de organizar tudo, também conseguiu as cadeiras para a prova dos pilotos.

Caminhões da Truck terão detector de fumaça em Cascavel

O detector de fumaça, que começou a ser utilizado nesta temporada, será mais uma vez utilizado no Grande Prêmio Bridgestone Bandg, a nona etapa da Fórmula Truck, marcada para dia 8 de novembro no Autódromo Zilmar Beux, em Cascavel, Oeste do Paraná. Criado por uma empresa brasileira especialmente para a mais popular categoria do automobilismo da América do Sul, o aparato tecnológico, denominado DSA EvoTruck, passou por vários testes e todas as equipes usam e se adaptam ao novo equipamento que tem como principal função detectar o excesso de fumaça. Os testes têm sido muito bem avaliados pelos especialistas e os comissários da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) o utilizam para dirimir eventuais dúvidas quanto à quantidade de fumaça emitida pelos brutos. Tudo indica que em 2016 o equipamento será obrigatório.

Oficialmente chamado de Sistema de Medição Eletrônica de Fumaça, o DSA EvoTruck é inédito no mundo e foi criado especialmente para a Fórmula Truck pela empresa brasileira DSA. O detector de fumaça é composto por uma central eletrônica interligada a um conjunto de sensores posicionados no cano do escapamento. Um desses sensores emite uma luz, controlada eletronicamente, e o outro a recebe, medindo o que os técnicos chamam de opacidade, que é a propriedade que os materiais têm de absorver a luz. Em linhas gerais, quanto menos luz passar, mais opacidade será apresentada na parte interna do cano de descarga. Na prática, isso significa mais fumaça.

Dependendo do nível atingido o piloto será punido imediatamente, mas somente quando o sistema estiver totalmente implantado e oficializado. Além de armazenar as informações, a central eletrônica repassa os dados imediatamente aos comissários desportivos que podem confirmar a penalização do piloto. Em caso de eventuais dúvidas, mesmo depois da prova ou do treino, os dados podem ser consultados, pois ficam na memória do aparelho e na tela do computador dos comissários.

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Texto: Milton Alves
Imagem: Divulgação